Liberte-se da Culpa
A culpa
pode ser definida como a responsabilidade que sentimos quando praticamos algo
que, de forma negligente ou imprudente, possa ter causado dano ou ofensa a
alguém.
Para buscarmos a libertação da culpa é fundamental entender
porque estamos sujeitos ao erro e, se o cometemos, por que sentimos a culpa a
atormentar nossas mentes.
Deus, soberanamente bom e justo, desde toda a
eternidade, estabeleceu leis que regem tanto o mundo material quanto o mundo
moral. As leis morais necessárias para o Espírito estão gravadas na nossa
consciência.
“Assim como o espelho reflete o nosso exterior, a
consciência reflete o nosso interior. Vemos através dela a imagem perfeita de
nossa alma, como no espelho a imagem real do nosso rosto.”
A consciência
tem a função de refletir com justiça, pondo diante de nosso próprio critério o
aspecto exato de nossa moral e a forma interna do nosso ser.
A consciência é
o árbitro interno, que se encarrega de estabelecer as diretrizes de segurança
para a vida.
À medida que evoluímos, ela se torna mais desperta e mais
lúcida, dando-nos uma compreensão mais ampla do porquê da vida, tal como um
nevoeiro que quando vai se dissipando, nos permite ver o horizonte com maior
amplitude.
Sempre que agimos em desacordo com as Leis de Deus, ela se
manifesta, direcionando nossa atenção para o sucedido, objetivando o
arrependimento e a reparação.
Como Espíritos imortais, fomos criados
simples e ignorantes, visando, através das sucessivas encarnações, a perfeição.
Ao longo dessa caminhada evolutiva vamos fazendo escolhas. Nessas escolhas
cometemos erros, quer por ignorância ou fraqueza moral, pois enquanto
ignorantes, agimos mais ou menos arrastados por impulsos primários, encontrando
no erro a oportunidade de aquisição de conhecimento, de experiência, de
discernimento, e de lucidez.
No entanto, quem erra tende a tornar-se
escravo do gravame praticado, talvez influenciado pela educação religiosa que
nos ensinou a sermos excessivamente rigorosos conosco.
Enquanto a consciência
for excessivamente severa no julgamento, fará um esforço no sentido de exigir
severas reparações em relação ao erro praticado.
A culpa somente tem
sentido até o momento em que tivermos a consciência do erro. A partir daí ela
passa a ser nociva ao melhoramento, pois ela não faz ninguém se sentir melhor,
nem serve para modificar uma situação.
Do contrário, a culpa nos mantém
conectados ao erro.
A culpa constrange, inferioriza, deprime.
Não
adianta nada remoer o passado, cultivar o remorso e o ressentimento. Quando
compreendemos o real sentido da vida, passamos a entender que errar faz parte do
aprendizado.
Não importa o tamanho do erro, sempre queremos o melhor. Nada
poderia ter sido diferente do que foi, porque era a maneira que sabíamos ver na
época.
Sempre fazemos o que pensamos ser o melhor dentro do nosso nível de
entendimento. E mais: o erro faz parte da aprendizagem e costuma ensinar muito
mais do que o acerto.
As dificuldades, os problemas, os enganos e até as
ilusões são formas de treinamento para que alcancemos a maturidade. Por isso, a
culpa deve ser eliminada da nossa mente, pois, além da dor e da tristeza íntima,
poderá, a longo prazo, desencadear enfermidades no corpo físico.
Inclusive,
algumas pesquisas comprovam que sentimentos como o ressentimento e a culpa são
encontrados na maioria dos casos de câncer.
Estamos sujeitos à lei de
causa e efeito e seremos responsabilizados pelas faltas que cometemos. Em vez de
nos submetermos à escravidão que a culpa pode causar, devemos pelo trabalho e
através da reforma íntima, buscar reparar os equívocos, fazendo o bem em
compensação ao mal que praticamos, tornando-nos humildes, se tivermos sido
orgulhosos, amáveis, se tivermos sido severos, caridosos, se tivermos sido
egoístas, úteis, se tivermos sido inúteis, benignos se tivermos sido
perversos.
Autoria desconhecida.